Nota de pesar pelo falecimento do médico e ex-governador Moisés Avelino

27/12/2025 27/12/2025 12:09 13 visualizações

Assim como o Estado do Tocantins, o Sindicato dos Médicos amanheceu em silêncio neste sábado, 27 de dezembro. Aos 85 anos, Moisés Nogueira Avelino encerrou sua jornada em um hospital particular de Palmas.

Reconhecido pelo Estado como o segundo governador de sua história e uma figura lendária na política regional, Dr Moisés era, primeiramente, para muitos que cruzavam seu caminho antes dos palanques e das urnas, o médico que ouvia e curava.

Nascido em 20 de maio de 1940, em Santa Filomena, no Piauí, Moisés Avelino trazia consigo a tenacidade típica dos sertanejos. Sua formação profissional não indicava, a princípio, o destino de gestor público: atuou como perito criminalístico em Goiânia entre 1969 e 1973, este o ano de sua graduação em Medicina, Universidade Federal de Goiás (UFG),  antes de se estabelecer como médico e dono de hospital.

No contato diário com as dores e as necessidades de seus pacientes, o "Doutor Moisés" percebeu que a medicina curava indivíduos, mas a política poderia curar comunidades inteiras. 

Em 1983, assumiu a prefeitura de Paraíso do Norte (hoje Paraíso do Tocantins), ainda no antigo estado de Goiás. Sua gestão foi marcada por um choque de infraestrutura: pavimentou 350 mil metros quadrados de ruas, levou energia elétrica a povoados rurais e construiu escolas, transformando a cidade e ganhando a alcunha que o acompanharia por toda a vida.

Quando da criação do Tocantins, Dr. Moisés era uma liderança consolidada e se elegeu governador com gestão entre 15 de março de 1991 e 1º de janeiro de 1995.  Durante seu mandato, Avelino priorizou a interiorização do desenvolvimento com a entrega de obras que conectam pessoas, a exemplo de Rodovias estaduais, aeroporto de Paraíso e a construção de escolas.

Sua atuação política foi pautada pela fidelidade partidária ao PMDB (hoje MDB), partido em que serviu ao Tocantins como deputado federal em dois períodos (1989-1991 e 2007-2011) e sua volta à Prefeitura de Paraíso do Tocantins em 2013, com reeleição em 2016.

Os últimos anos de sua vida foram marcados pelo tratamento silencioso e resiliente de um câncer nos ossos, o que o levou a encarar tratamentos longos e afastamentos médicos com a mesma dignidade com que enfrentava as crises políticas. 

Neste momento de sua passagem, o SIMED-TO deseja o conforto divino para sua esposa, Virgínia, filhos e também para o Tocantins que, em muitos cantos, tem a sua assinatura no asfalto, nas paredes das escolas e na memória de quem viu um médico piauiense ajudar a desenhar o mapa do Brasil central.